Caio Jacintho, Judite Cypreste
25
August
2022
“É o pau, é a pedra, é o fim do caminho”. Imortalizados na letra de Tom Jobim, os problemas ocasionados pelas chuvas na cidade do Rio de Janeiro são de sabedoria popular e, infelizmente, fazem parte da vida dos cariocas.
Enchentes, alagamentos, bolsões e lâminas de água aparecem constantemente nos dias chuvosos, atrapalhando o fluxo nas ruas. Porém, ao contrário do que sugere a famosa canção, as águas de março não são as maiores causadoras de desastres.
Uma análise realizada pelo Escritório de Dados mostra que apesar da má fama, não é no terceiro mês do ano que as chuvas são mais sentidas na cidade. A partir do levantamento mensal de incidentes é possível perceber ser fevereiro, e não março, o mês com mais ocorrências registradas na capital fluminense.
Ao todo, 567 ocorrências como enchentes, alagamentos, bolsões e lâminas d'água foram registradas apenas nos meses de março de cada ano, contra um total de 577 em dezembro e 731 em fevereiro, mês em que a cidade costuma ter mais ocorrências. Na realidade, apenas em 2019, o número de eventos no terceiro mês foi maior que no restante do ano, um total de 194.
Os dados mostram também que o maior problema fruto de chuvas é o surgimento de bolsões d’água nas vias públicas, fenômeno onde grandes buracos com água atrapalham principalmente os motoristas. Em cinco anos, 3.149 bolsões, foram registrados nas vias da cidade.
Enchentes e alagamento aparecem em segundo lugar, 417 ocorrências registradas. Já as lâminas, que ocorrem quando uma camada fina de água na pista aparece em vias e dificulta o controle dos freios de um veículo, estão em terceiro no ranking, com 144 incidentes.
Segundo o levantamento, as chances de algum destes problemas aparecerem aumenta em mais de 75%, caso a precipitação registrada seja igual ou maior que 120 milímetros de chuva.