Caio Jacintho, Judite Cypreste, Patrícia Catandi
06
October
2023
Acostumados com invernos com temperaturas mais amenas, os cariocas experimentaram uma estação atípica este ano. Dados meteorológicos mostram que a cidade vivenciou o segundo inverno mais quente já registrado nos últimos 20 anos.
Com uma média de 21.1 graus registrada em junho, 20.8 graus em julho, 22.1 em agosto e 24.1 em setembro, 2023 só ficou atrás do ano de 2020, até então o inverno mais quente registrado pela série histórica. Além disso, o mês de setembro entrou para a história como o mais quente já registrado no mesmo período. Dados climáticos mostram que as temperaturas médias durante este mês foram superiores aos valores registrados em anos anteriores.
Nos meses de julho e agosto também tivemos outro recorde: o de maior temperatura registrada para cada um desses meses. Os termômetros do INMET chegaram a marcar 36,5ºC em julho e 38,7ºC em agosto.
A cidade do Rio de Janeiro tem experimentado eventos climáticos extremos com maior frequência nos últimos anos e com efeitos variados em cada região.
Os moradores da Zona Norte, por exemplo, sentiram o impacto das temperaturas elevadas de forma mais intensa do que em outras partes da cidade. Em setembro, a média nos bairros que compõem essa região ficou em 24.7 graus, o maior registrado em todo município.
O mundo tem registrado um aumento expressivo da temperatura média desde a Revolução Industrial. Essa elevação torna-se evidente quando comparamos cada uma das temperaturas anuais com a média registrada entre 1951 a 1980, cálculo que é denominado de anomalia.
Como metodologia, realizamos uma média simples considerando todas as medições no período. Assim é possível compreender melhor qual o impacto das variações climáticas em todos os períodos do dia.
Créditos:
Lenssen, N., G. Schmidt, J. Hansen, M. Menne,A. Persin,R. Ruedy, and D. Zyss, 2019: Improvements in the GISTEMP uncertainty model. J. Geophys. Res. Atmos., 124, no. 12, 6307-6326, doi:10.1029/2018JD029522.
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