Caio Jacintho, Gabriele Roza
01
April
2022
O assassinato brutal do congolês Moïse Kabagambe levantou debates sobre xenofobia e segurança de imigrantes no Rio de Janeiro. O caso reforçou a responsabilidade dos municípios de proteger pessoas refugiadas, segundo afirma a Declaração para Refugiados e Migrantes da ONU.
Em fevereiro, a Prefeitura criou o Compar-Rio, um Comitê de Políticas Públicas para Refugiados, Imigrantes e Apátridas do Município do Rio de Janeiro. O objetivo do Compar é defender e promover os direitos humanos das pessoas refugiadas, imigrantes e apátridas que vivem na cidade.
Mas você sabe onde os imigrantes estão no Rio? Olhamos os dados do Censo da Educação, entre 2007 e 2020, para entender a situação dos alunos estrangeiros nas escolas da cidade.
O número de alunos da República Democrática do Congo (RDC), país de origem de Moïse, cresceu de 10 para 16 entre 2015 e 2020. Segundo ACNU, a situação humanitária da RDC é uma das mais complexas do mundo. Apesar da guerra ter finalizado em 2003, conflitos seguem ocorrendo.
Escolas do Rio de Janeiro também recebem estudantes imigrantes da Venezuela e da Síria, países com a maior quantidade de refugiados no mundo.
Síria e Venezuela são os países com maior número de refugiados e deslocados no exterior. Desde o início da guerra em 2011, sírios são forçados a fugir de suas casas em busca de segurança. Desde 2014, houve um aumento de 8000% no número de venezuelanos buscando refúgio no mundo.
Não apenas a violência, mas a pobreza também pode provocar o aumento dos deslocamentos. Para entender melhor como isso ocorre com os estudantes estrangeiros do Rio, comparamos o nível socioeconômico dos estudantes com o PIB de seus países de origem.